William Shakespeare : O Medo como aliado.Não tenha medo de temer.

“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar”.
William Shakespeare

Comentários: Eugênio Mussak comenta “Não há ação que não traga risco implícito. Mas ninguém alcança o sucesso sem enfrentar o desafio que é viver.  Aprendemos a caminhar porque ficamos de pé e não desanimamos nos primeiros tombos, ou seja, das primeiras derrotas – sem eles ainda estaríamos engatinhando. Roubamos o primeiro beijo correndo o risco de levar um tapa; conseguimos o primeiro emprego arriscando-nos a levar um “não”; passamos no vestibular sob o risco de reprovar, como a maioria. Não haveria a menor possibilidade de conseguir qualquer uma dessas vitórias sem a predisposição a suportar o fracasso.Esse é o risco.”.

Mas cuidado, há tentativas e tentativas. Mestre Yoda, de Star Wars – Guerreiros do Universo, afirmou: “Faça ou não faça – a tentativa não existe”.

O compromisso com a tentativa é bem diferente do compromisso com o sucesso. Neste segundo caso, não conseguir o resultado esperado causa aprendizado, e, por outro lado, reforça a certeza de conseguir o que se pretende na próxima tentativa, até porque agora já se conhece o caminho errado. Este foi o espírito de Thomas Edison que, na 999ª tentativa frustrada disse: “Descobri mais uma maneira de não fazer a lâmpada”. Na próxima deu certo, e o mundo nunca mais foi o mesmo.

O psicólogo Leo Buscaglia escreveu que “rir é arriscar-se a parecer louco, chorar é arriscar-se a parecer sentimental, estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver, amar é arriscar-se a não ser amado”. Não há, portanto, ação humana que não traga implícito algum risco.O que há são pessoas dispostas a enfrentar esses riscos, enquanto outras fogem deles.

Entretanto é bom lembrar que enfrentar riscos pode ser um ato de coragem ou um ato de imprudência. Coragem não é o oposto do medo – o oposto do medo é o “não-medo”, e cumpre função contrária a ele.O medo é uma necessidade da própria biologia, ligada à manutenção da vida. O medo impede a exposição do indivíduo – animal ou humano – ao perigo superior à sua condição de enfrentá-lo.Nesse sentido, o não-medo é danoso à vida, é contrário à existência, é irresponsável para com a própria natureza. Não ter medo significa não ter apego à própria condição de ser vivo, podendo, assim, ser interpretado como uma patologia. Não é bom não ter medo.

Já a coragem é um estado de superação, baseado na lucidez,na percepção das próprias capacidades e limites, no autoconhecimento, portanto. A coragem transita entre o medo e o não-medo – supera o primeiro e ri do segundo. O corajoso não é um imprudente. Ele tem medo, mas vence, não por bravata, mas por preparar-se para enfrentar as dificuldades denunciadas pelo medo. Eis o risco calculado. Poderíamos atualizar o ditado para “quem não arrisca riscos calculados não petisca resultados consistentes”.

Lulu Santos tem razão: Tudo muda o tempo todo no mundo. Portanto, é inútil resistir. O melhor é embarcar   e aproveitar cada “balançada da vida” para crescer e vencer.  Na vida real, os riscos surgem simultaneamente e se acumulam, como em uma poupança de desafios que não desaparecerão enquanto não forem enfrentados.  Recomendamos duas coisas: assuma o risco, mas prepare-se para ele. Não exceda o limite.Vá em frente, mas seja prudente.

Os riscos devem ser assumidos, desde que minimizados pela prudência. Essa é uma dobradinha poderosa. Em “Mar Português”, um dos poemas de Fernando Pessoa, ele  recomenda o risco calculado quando lembra que, “ao mar, Deus deu perigos e abismos, mas nele é que espelhou o céu”. Navegue, sim, mas com precisão.

Estamos junt@s nessa jornada. A Psicoterapia ajuda neste processo, não exite em se autoconhecer.

Regina Maria Faria Gomes- Psicologa – CRP06/29086

 

 

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