Confira o que dizem especialistas sobre psicossomática
Mary Silva – Jornal Novo Hamburgo
“A psicossomática busca compreender a subjetividade da pessoa, sua história de vida”, destaca Marcia Luconi Viana, presidente da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática. Segundo a psicóloga da Unimed Encosta da Serra Catiane Strottmann, todos os indivíduos somatizam – ou seja, convertem sua experiência ou estado mental em manifestação orgânica (doença) – em algum momento de desconforto, como quebra de laços familiares, situações de estresse ou de dor. O diferencial, afirma a psicóloga, é o nível em que tal situação acontece, que pode ser pequeno e passageiro, assim como pode ser frequente e duradouro.
Quanto maior a quantidade e intensidade do estresse, maior será a possibilidade de responder somatizando. “Quando uma pessoa que somatiza procura inicialmente o psicólogo, é feita uma avaliação do seu contexto de vida e relacionamentos. Se ela refere queixas fortes, com dores, indícios de prejuízo funcional ou resistência com essa possibilidade, a ideia é que seja indicado um profissional médico especialista na queixa (se for uma questão de pele, um dermatologista, por exemplo) para avaliá-lo; o médico poderá prescrever alguma medicação para minimizar o sintoma queixoso (e real) e poderá solicitar exames visando a confirmação ou descarte de alguma outra doença”, destaca Catiane.
Em pacientes em que a somatização é confirmada – ou seja, quando são eliminadas pelo médico as possibilidades de doenças concretas – a psicoeducação é a alternativa de tratamento indicada. Segundo Catiane, ter um autocuidado aprimorado com a saúde física, emocional, espiritual e fazer a manutenção do que foi orientado por profissionais (médico ou psicólogo) também é importante para os indivíduos que somatizam com frequência, além do sempre bem-vindo apoio da família e amigos.