Felizmente existe a ideia da simplicidade, e esta é, digamos, é simples desde sua origem. A palavra é formada por duas outras de origem latina: sin, que significa único, um só, e plex, que quer dizer dobra. Ser simples significa ter uma só dobra, ao contrário do complexo, que têm várias. Simples!
Simplificar significa evitar a complexidade e criar uma vida sem mistérios? Alguns acham que sim,porém não é bem assim.
Há uma diferença fundamental entre ser simples e ser simplório. Explicando melhor, esta diferença essencial entre ser simples e ser simplório é que as pessoas que são simples resolvem a complexidade, já as pessoas que são simplórias as evitam.
Você pode se perguntar então há um paradoxo em construir uma vida simples em meio à vida moderna, cada vez mais exigente?
Para responder a esta questão Eugenio Mussak identifica cinco traços comuns nas pessoas simples, Vejamos
1. São desapegadas: não acumulam coisas, fazem uso racional de suas posses, doam o que não vão usar mais.
2. São assertivas: vão direto ao ponto com naturalidade, mesmo que seja para dizer não, sem medo de decepcionar, não “enrolam” nem sofisticam o vocabulário desnecessariamente.
3. Enxergam beleza em tudo: em uma flor no campo e em um quadro de Renoir; em uma modinha de viola e em uma sinfonia de Mahler; em um pastel de feira e na alta gastronomia.
4. Têm bom humor: são capazes de rir de si mesmas e, mesmo diante das dificuldades, fazem comentários engraçados, reduzindo os problemas à dimensão do trivial.
5. São honestas: consideram a verdade acima de tudo, pois ela é sempre simples e, ainda que possa ser dura, é a maneira mais segura de se relacionar com o mundo.
Ser simples, definitivamente, não é abrir mão de nada. É possível apreciar o conforto, a sofisticação intelectual, as artes, o prazer da culinária, a aventura das viagens e continuar sendo simples.
Pois ser simples não é contentar-se apenas com o mínimo para manter-se fisicamente vivo, uma vez que não somos só corpo, também somos imaginação, intelecto, sensibilidade e alma. E esta última é, sim, simples, mas não é pequena, a não ser, é claro, que a pessoa queira.
Fonte : Eugenio Mussak – Edição: MdeMulher