Realidade x Imaginação

“O mundo da realidade tem seus limites. O mundo da imaginação não tem fronteiras.”

Emile – Volume 1, Página 152, Jean-Jacques Rousseau – Poinçot, 1791

“A fantasia é o reino intermediário que se inseriu entre a vida segundo o princípio de prazer e a vida segundo o princípio de realidade.”

Sigmund Freud

A noção de realidade tem um estatuto curioso na psicanálise, pois significa tanto o campo no qual o sujeito age e sofre a ação, encontrando um limite para seus desejos imperiosos e onipotentes, quanto os meios para, justamente, “realizá-los”, isto é, torná-los real. Freud se referia a essa cena como realidade “exterior”, realidade “material”, ou, às vezes, realidade “histórica”. A ela se opõe a realidade psíquica, o universo do inconsciente, das fantasias e desejos que cercam e povoam o sujeito, e que são, para ele, tão reais quanto os seus sentidos captam o mundo à sua volta. A realidade psíquica é aquilo sobre o que se trabalha na situação analítica, que, aliás, é um dispositivo calculado para evidenciá-la, exatamente pela exclusão sistemática da realidade exterior.

“O fenômeno da fantasia é um dos fenômenos mais espantosos da vida psíquica. Que é uma fantasia? É um pequeno romance de bolso que carregamos sempre conosco e que podemos abrir em qualquer lugar sem que ninguém veja nada nele, no trem, no café e o mais freqüentemente em situações íntimas. “

Nasio, Juan-David

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