A psicologia e sua interface com os direitos das crianças e dos adolescentes

Os profissionais de psicologia participaram de várias lutas pelos direitos das crianças e dos adolescentes. Trabalharam  ao lado de profissionais de outras áreas e integrantes de movimentos sociais  pela aprovação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Foi um caminho longo.

Foi preciso declarar para todos que o Estado e a sociedade, ao lado da família, são responsáveis pelas crianças e pelos adolescentes do país. Também custou e ainda custa muito trabalho tirar os direitos do papel e soltá-los nas ruas para que entrem na vida das pessoas.

DIREITOS A QUÊ?
À vida, isto é, moradia, alimentação, saúde. Ao desenvolvimento, isto é, escola, lazer, cultura, trabalho. À integridade, isto é, direito ao respeito próprio e à individualidade.

Nenhum desses direitos rimam ou combinam com violência, violação e intolerância. Outra contribuição fundamental da psicologia é enxergar a criança e o adolescente como seres totais. Pois ninguém é em pedaços.

NINGUÉM É UMA ILHA.
Para entendermos o que se passa na cabeça e no coração de uma criança ou de um adolescente, precisamos saber o que se passa a sua volta. Onde mora. Com quem mora. Em qual escola estuda. Quais programas de televisão assiste.

Para saber tudo isso, o primeiro passo é perguntar. Dar a voz e escutar essa voz.

Porque não adianta deixar falar e não ouvir.

Crianças e adolescentes sempre tiveram uma atenção especial da psicologia. Por serem pessoas em fase peculiar de desenvolvimento. A gente sabe que crianças e adolescentes ainda estão afi ando as ferramentas e afinando os instrumentos que usarão nas suas vidas.

Por conta da situação peculiar de desenvolvimento, eles necessitam ser protegidos e estimulados. Daí, a obrigatoriedade de frequentarem a escola e serem acompanhados nos seus progressos e nas suas dificuldades.

Para que uma criança e um adolescente cresçam, no sentido mais completo da palavra, eles precisam de uma rede de afetos. O afeto é poderoso. Ele ajuda a transpor os obstáculos causados pela pobreza, pela violência, pela intolerância:  tão comuns na nossa sociedade.

A rede de afeto inclui os familiares, os amiguinhos e amigões, os colegas, os professores, os profissionais de saúde, de ONGs e todos aqueles com quem as crianças e adolescentes convivem.

Quando a gente fala em família, estamos pensando em todos os tipos:

Família de sangue
Família de adoção
Família com pai e mãe
Família com mãe sem pai
Família com pai sem mãe
Família com mãe e padrasto
Família com pai e madrasta
Família com avó e avô
Família com tias
Família com tios
Família com duas mães
Família com dois pais
Família com pessoas amigas da criança e do adolescente.

O que define uma família são os laços de afetividade e de cuidado.

Leia mais

Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948

Convenção sobre os Direitos da Criança, 1989

Constituição Federal de 1988

CRP SP – A psicologia e sua interface com os direitos das crianças e dos adolescentes

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